29 de jan. de 2015

Haicai IX












Instigante, tu és!
Ei de banhar-te com minha saliva!
Da cabeça aos pés!
Entusiasta

HAICAI IV











Te quero sentir o gosto,
Gozo posto,
Delírio!
Danilo Reis

Haicai V

















Se a poesia usar um gládio,
Não ouse usar teu escudo.
Esteja de peito aberto, mudo!
Danilo Reis

Haicai VI

















A luz da caneta
Iluminou
A alma do poeta

Haicai VII















A poesia é líquido extraído do som
Melodia para ser ouvida em qualquer tom
Antídoto
Reis

Pedaço

















Tenho sentido gosto de luz
Do céu da boca.
Tenho tateado a realidade louca!
Nenhuma superiora mão me conduz.
Tenho ouvido o som de quem observa.
Entoando desejos, em tom silencioso.
Tenho tragado minhas inspirações da erva,
Para que alcance o meu gozo.
Tenho cantado aos surdos.
E revelado, antes ocultos absurdos.
Tenho bebido o ópio que dá à vida
Germinação de sementes da Dúvida.
Danilo Reis

Haicai VIII


























Se sinto o perfume do verso,
Inspiro-o!
E conecto-me com o Universo!
Danilo Reis

Há poesia


A poesia está na relva orvalhada,
Nos pássaros que cantam.
A poesia está na doce amada,
E nos olhos que encantam!
A poesia está no cume da montanha em repouso.
À espera de alguém que da escalação faça uso.
A poesia está na percepção dos raios solares.
E está incutida em nossos olhares!
A poesia está contida na voz da libertação,
Também nas chaves que abrem calabouços.
Há poesia no silêncio que ouço.
Se há poesia, elevação!
Danilo Reis