23 de dez. de 2015
Overdose poética
E se o poema tragar-me,
Deixem que ele tenha uma overdose
De mim.
De mim.
Se o verso embriagar-me...
Deixem que ele consuma a mim.
Deixem que ele consuma a mim.
Se por acaso eu perder-me por entre as estrofes...
Estarei à deriva em meio ao corpo poético.
Estarei à deriva em meio ao corpo poético.
Se a poesia possuir-me, estarei pleno, em um arrebatamento!
Como sempre desejei!
Como sempre desejei!
Danilo Reis
Metamorfose
Últimas fagulhas com o fim daquela
Tarde, que despedia-se surrealmente.
A natureza fez com que sua partida fosse um presente deixado em minhas visões.
Surgiu poesia sutilmente, sem alarido
Algum e
Ela espontaneamente fez-se como uma explosão da flor que brotava!
Despi-me de minha couraça para mergulhar minha alma em poesia.
Senti-me renovando minha essência,
Que em metamorfose contínua, caminha.
24 de mar. de 2015
Poeta ensanguentado
Os versos estão à deriva
em minha corrente sanguínea,
Entre as minhas veias está
liquefeito o poema.
em minha corrente sanguínea,
Entre as minhas veias está
liquefeito o poema.
De súbito, um espasmo que
estremece-me!
Logo, uma hemorragia!
Brota de mim poesia em demasia!
estremece-me!
Logo, uma hemorragia!
Brota de mim poesia em demasia!
Moribundo, desfaleço.
Finalmente cessa o sangramento.
Eu morro com um sorriso nos lábios,
Sabendo que está terminado o poema!
Finalmente cessa o sangramento.
Eu morro com um sorriso nos lábios,
Sabendo que está terminado o poema!
10 de fev. de 2015
Comedor
Para que eu viva, preciso comer poesia!
Se não a como, definho.
Para me hidratar, a bebo!
Não, não me deem mais nada!
Estou em rígida dieta.
Se não a como, definho.
Para me hidratar, a bebo!
Não, não me deem mais nada!
Estou em rígida dieta.
Há encerrado em um caderno velho,
Um banquete para meu "eu" faminto.
São dizeres peculiares e os
Devoro verso a verso, página à página.
Me satisfaço temporariamente.
Logo a fome me assola outra vez e
Estridentemente clama dentro do meu ser, por poesia.
Há ânsia para mais uma refeição.
Logo a fome me assola outra vez e
Estridentemente clama dentro do meu ser, por poesia.
Há ânsia para mais uma refeição.
9 de fev. de 2015
29 de jan. de 2015
Pedaço
Tenho sentido gosto de luz
Do céu da boca.
Tenho tateado a realidade louca!
Nenhuma superiora mão me conduz.
Tenho ouvido o som de quem observa.
Entoando desejos, em tom silencioso.
Tenho tragado minhas inspirações da erva,
Para que alcance o meu gozo.
Tenho cantado aos surdos.
E revelado, antes ocultos absurdos.
Tenho bebido o ópio que dá à vida
Germinação de sementes da Dúvida.
Danilo Reis
Há poesia
A poesia está na relva orvalhada,
Nos pássaros que cantam.
A poesia está na doce amada,
E nos olhos que encantam!
Nos pássaros que cantam.
A poesia está na doce amada,
E nos olhos que encantam!
A poesia está no cume da montanha em repouso.
À espera de alguém que da escalação faça uso.
A poesia está na percepção dos raios solares.
E está incutida em nossos olhares!
À espera de alguém que da escalação faça uso.
A poesia está na percepção dos raios solares.
E está incutida em nossos olhares!
A poesia está contida na voz da libertação,
Também nas chaves que abrem calabouços.
Há poesia no silêncio que ouço.
Se há poesia, elevação!
Também nas chaves que abrem calabouços.
Há poesia no silêncio que ouço.
Se há poesia, elevação!
Danilo Reis